domingo, 25 de março de 2012

Qual será o destino do Pacaembu até 2014?

Nesta semana foi realizado o 2° Fórum Aberto dos torcedores (FAT) da cidade de São Paulo no auditório do saudoso Pacaembu. O evento foi realizado na terça-feira, 20, e contou com a presença de representantes dos três grandes clubes da capital paulista, José Francisco Mansur, assessor da presidência do São Paulo; Luis Paulo Rosemberg, vice-presidente do Corinthians; e José Roberto Generoso, membro da comissão de obras do Palmeiras. O mediador deste bate-papo foi o Jornalista Mauro Beting e a maior discussão neste debate ficou com conta do futuro do Estádio da Praça Charles Miller, palco de clássicos históricos!

O Brasil foi eleito pela FIFA para sediar a Copa de 2014 depois de 64 anos sem receber tamanha competição em solo tupiniquim. O desafio é grande e os brasileiros seguem com um instinto de descrença, isso dado a velocidade em que os novos estádios estão sendo construídos, mas o comitê organizador garante que vai estar tudo pronto até o ano que vem, quando receberemos a Copa das Confederações.

O principal palco deste espetáculo da bola será na cidade de São Paulo, que pretende fazer o jogo de abertura no estádio que futuramente será a casa de um dos maiores clubes da capital paulista, o Corinthians. O Fielzão, como a torcida já o está intitulando, terá capacidade para 65 mil pessoas. Com a nova residência do alvinegro, o Pacaembu deixará de ser o principal campo de mando de jogos do clube e perderá a visitação dos torcedores já que o Palmeiras e o São Paulo já possuem sua própria arena. O que será deste patrimônio tombado que garantiu a alegria de muitos desde a década de 1940?

Este ponto foi o carro chefe no debate do FAT. Segundo o Secretário Municipal de Esporte, Bebetto Haddad, a maior receita do Pacaembu vem dos jogos realizados no estádio, principalmente de mando do Corinthians e do Palmeiras que está construindo sua nova arena. Só no ano passado, o Paulo Machado de Carvalho arrecadou R$ 3 milhões e mesmo com esta receita, as dívidas também foram altas. Uma alternativa para ajudar na arrecadação de mais receita seriam os eventos culturais, como os grandes shows de bandas internacionais, mas devido a Associação Viva Pacaembu e a vizinhança daquela região, o Pacaembu só pode realizar eventos esportivos.

O debate foi aberto ao público gerando muitas ideias para o futuro do estádio e uma mera polêmica: o que os clubes da capital poderiam fazer para ajudar? Sem a presença de Haddad – que estava precisava ir para outro compromisso –, os convidados se manifestaram com uma opinião única, a de que o Pacaembu teve oportunidades de garantir sua sobrevivência quando o Corinthians trouxe uma proposta para modernizar o estádio e fazer dele a casa da Fiel torcida, mas devido ao tombamento, a Associação Viva Pacaembu e a burocracia na Prefeitura isso não foi possível, então só resta agora a sobrevida através da manutenção com o direito público.

Um ponto importante nesta discussão foi levantado por Mansur. Segundo ele, o tombamento do estádio está sendo prejudicial, pois não se pode fazer nenhuma reforma ou construção sem passar pela aprovação dos órgãos responsáveis, o que vai degradando ainda mais este patrimônio histórico.

Além do debate sobre o futuro do Pacaembu, os convidados aproveitaram para mostrar os projetos de reforma do Morumbi e a construção da Nova Arena Palestra.

Morumbi

De um terreno sem muitas construções ao redor ou algum sinal de moradores, nasceu o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, inaugurado em 1960. O Morumbi é palco de vários clássicos paulistas e brasileiros, além de proporcionar muitas alegrias aos fãs de boa música, trazendo artistas como Paul McCartney, Eric Clapton, U2, Pearl Jam, entre outros.

O São Paulo Futebol Clube segue com um projeto de modernização do Morumbi, que conta com a cobertura total do estádio, criação de novos camarotes exclusivos, elevação da geral, a construção de um hotel, um museu do clube, vagas de estacionamento e mais um presente para a cidade de São Paulo, uma espécie de casa de shows que comportará 25 mil pessoas.

Segundo José Francisco Mansur, assessor da presidência do tricolor, o Morumbi não tem como principal receita a bilheteria dos jogos e sim a venda de camarotes, comércio das lojas dentro do estádio e os grandes shows. No ano passado o estádio teve uma receita de R$ 43 milhões.

Palmeiras

Diferente do São Paulo, o Palmeiras está construindo um novo estádio, não totalmente do zero, já se manteve parte da estrutura original, mas terá uma nova “cara” e um novo nome, Nova Arena Palestra.


O projeto foi apresentado pelo José Roberto Generoso, engenheiro e membro da comissão de obras. O Nova Arena Palestra terá cobertura total, restaurantes, camarotes exclusivos, estacionamento com 2 mil vagas, museu e lojas, além de um anfiteatro parecido com o que terá no Morumbi, mas este terá capacidade de 12 mil pessoas.

Com a Copa de 2014, o intuito do Palmeiras é servir de campo de treinamento para algumas seleções que jogarão no mundial.

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